O
modelo estava errado, e o chefe do laboratório de Cambridge, Lawrence Bragg, disse em 1952 para a dupla parar de trabalhar com DNA. Mas, no começo do ano seguinte, quando o pesquisador americano Linus Pauling começou a investigar o assunto, o surgimento de concorrência fez Bragg decidir dar mais uma chance à dupla. Em 1953, Watson e Crick tiveram contato com fotografias que seriam parte da pesquisa de Rosalind Franklin e desvendaram o mistério. Seu trabalho transformou a genética, a compreensão científica sobre evolução e hereditariedade e foi a base para o desenvolvimento da biotecnologia moderna. Há muitos momentos como esse na história da ciência, explica Sérgio Ferreira, diretor-executivo do Ciência Pioneira. Grandes descobertas permitem saltos e revoluções no conhecimento e redefinem nosso entendimento sobre o mundo. São cientistas maverick, ousados como o personagem de Tom Cruise no filme Top Gun. Pesquisas de fronteira se dedicam a expandir os limites do conhecimento e muitas vezes convergem diferentes áreas. O instituto Ciência Pioneira oferece bolsas para jovens pesquisadores com projetos ousados e inovadores. O edital mais recente vai dar uma bolsa de R$ 160 mil por ano por três anos para quinze jovens pesquisadores. Grandes descobertas na ciência muitas vezes são rejeitadas, ignoradas e ridicularizadas até serem reconhecidas como revolucionárias. A ousadia e a dificuldade de enxergar um resultado prático dificultam o financiamento de projetos. Mecanismos além da academia e da indústria são necessários para fomentar a ousadia científica. Internacionalmente, existem instituições não governamentais com programas de fomento de pesquisas de fronteira. Muitas descobertas revolucionárias demoram anos, décadas e até séculos para serem reconhecidas. Exemplos vão desde Abu Bakr al-Razi, no século 9, até cientistas mais recentes como James Patrick Allison.
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