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Âmbar conclui compra de termelétrica Araucária e pode disputar leilão, diz CEO

Creditos: InfoMoney

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Âmbar Energia, pertencente ao grupo J&F, recentemente adquiriu a termelétrica Araucária e está avaliando diferentes planos para operá-la no futuro. O CEO da companhia, Marcelo Zanatta, falou à Reuters sobre suas intenções de manter a operação "merchant", ou seja, garantindo receitas com vendas de energia no curto prazo, e também considerar inscrever a usina no leilão programado pelo governo para contratar mais capacidade para o sistema elétrico.

    A termelétrica Araucária tem uma potência de cerca de 480 megawatts (MW) e foi vendida pelas antigas sócias Copel e Petrobras por R$ 395 milhões. Atualmente, a usina opera no modelo "merchant", garantindo receitas com vendas de energia no curto prazo quando acionada pelo operador ONS, sem sua geração estar atrelada a contratos de longo prazo.

    A Âmbar também tem outras termelétricas em seu portfólio que operam no mesmo modelo e pretende manter isso, mas também avalia inscrever Araucária e outros projetos para participarem do leilão programado pelo governo este ano para contratar mais capacidade para o sistema elétrico. O setor elétrico aguarda a definição pelo governo das regras para o certame, considerando crucial para garantir a segurança energética no longo prazo.

    O leilão é visto como uma oportunidade para geradores recontratar usinas com contratos vencendo ou ampliarem seus empreendimentos. A Âmbar tem dois projetos "greenfields" prontos para acoplar, um em Araucária com licença ambiental e projeto pronto para mais 500 MW e outro em Cuiabá com mais 350 MW.

    Por não terem contratos de venda de energia de longo prazo e ou fornecimento firme de combustível, as usinas "merchant" costumam fornecer energia mais cara ao sistema elétrico. Mesmo assim, Zanatta entende que esses empreendimentos deverão ser chamados a operar nos próximos meses, diante das condições mais desfavoráveis para a geração de energia no Brasil durante o período seco.

    A agência reguladora Aneel anunciou na semana passada que as contas de energia dos consumidores no mês de julho ficarão mais caras devido à bandeira amarela. Esse é o primeiro acionamento de uma bandeira tarifária com custos adicionais aos consumidores desde abril de 2022. Na última sexta-feira, após vários meses no piso regulatório de cerca de R$ 60, o preço de referência do mercado de curto prazo (PLD) registrou um aumento expressivo no horário de pico de carga, chegando a R$ 1.470 o megawatt-hora — também um indicativo das condições mais restritas de oferta de energia.

    Com negócios principalmente na área de geração de energia, a Âmbar se tornou uma importante geradora a gás natural, chegando a 4,6 GW ao fechar recentemente a aquisição de um conjunto de termelétricas da Eletrobras. A empresa já opera a termelétrica Cuiabá, ligada por gasodutos próprios às bacias da Bolívia, e Uruguaiana, integrada às reservas de gás da Argentina.

    Além disso, os irmãos Batista da J&F vêm ampliando sua aposta no setor de energia também a partir da Fluxus, empresa voltada à exploração e produção de petróleo e gás. Fundada no ano passado, a Fluxus fez aquisições de campos maduros na Bolívia e Argentina, compondo um portfólio que terá sinergias com a Âmbar, podendo no futuro fornecer gás às termelétricas da empresa.

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