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Apuração da PF no caso Marielle vê suspeita desvio de emendas parlamentares de grupo ligado aos irmãos Brazão e pede novo inquérito no STF

Creditos: G1

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Polícia Federal (PF) encontrou evidências de atividades ilícitas ligadas ao grupo dos irmãos Brazão durante buscas e apreensões. Eles estão pedindo para o Supremo Tribunal Federal (STF) abrir um novo inquérito para investigar esses indícios de crimes contra a administração pública.

    A análise revelou que o dinheiro das emendas parlamentares, que é dinheiro do orçamento distribuído entre os deputados para atividades de interesse público, estava sendo direcionado para uma ONG específica chamada Contato. Essa ONG foi envolvida em escândalos na Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj).

    De acordo com a investigação, foi montado um esquema de contratação de funcionários fantasmas para beneficiar o governador Cláudio Castro e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, que são réus no Tribunal Regional Eleitoral. O dinheiro chegava na conta bancária da ONG Contato e era repassado para a conta da filha de Peixe, Maria Clara Fonseca. A PF não investigou se o dinheiro era repassado para outras pessoas após chegar na conta de Peixe.

    A Polícia Federal pediu ao STF autorização para investigar o caso, já que envolve deputados federais. O aparelho de Peixe foi apreendido na operação Murder Inc, que prendeu o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão, seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, e o delegado e ex-chefe da Polícia Civil do RJ Rivaldo Barbosa.

    As conversas sobre a destinação das emendas parlamentares ocorreram em setembro a dezembro de 2023 e fevereiro de 2024 no celular de Peixe. Em um caso, uma assessora do deputado Pedro Augusto informou que o parlamentar gostaria de destinar verbas para a universidade UniRio, mas Peixe informou que não poderia ir lá. Posteriormente, o assessor do TCE sugeriu que poderia ir para a saúde em Belford Roxo e Nilópolis. Logo após, a assessora do deputado Pedro Augusto enviou para Peixe uma tabela com o título "nossos valores". O valor das emendas era de R$ 9,1 milhões.

    Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara de Deputados, negou ter apresentado ONG para ninguém. Ele afirmou que nunca tratou de emenda: "Não tem qualquer diálogo que tenha referência a nada. Simplesmente repassei um número de telefone que devem ter me pedido de uma pessoa que haviam perdido o número. Não é pessoa de relação, simplesmente, pedi a outra se tem, receber e repassar. Seria como você me pedir um telefone de uma pessoa, eu pedir a outra se tem, receber e repassar".

    A reportagem ainda está procurando por Pedro Augusto e pela ONG Contato.

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