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Brasil deve perder espaço em índice de emergentes e ver fluxo de investimentos cair

Creditos: InfoMoney

A
performance do Ibovespa no primeiro semestre foi uma das piores entre os seus pares no mundo, com uma queda de 19,5% em dólares. Isso pode levar os ativos brasileiros a perder espaço no MSCI Emerging Markets (MSCI EM), o que pode ter impactos negativos para os ativos de risco brasileiro. Atualmente, o Brasil representa 4,66% do MSCI EM, mas já chegou a representar mais de 10% em anos anteriores. Um rebalanceamento está previsto para meados de agosto, e as perspectivas são que as empresas brasileiras percam espaço, especialmente diante de um cenário ainda desafiador para o segundo semestre.

    O rebalanceamento busca manter o índice o mais fiel e aderente possível ao desempenho dos mercados emergentes, à abrangência e ao peso dos setores em cada país, e na carteira do MSCI EM. A China e a Índia são países que já têm as maiores fatias dentro do MSCI EM, com o Shangai avançando cerca de 1% em 2024 e o NIFTY 50 da Índia subindo mais de 11%.

    Com isso, já que o índice tenta rebalancear é natural que os ativos brasileiros recuem frente aos demais, perdendo espaço. A queda do volume negociado no Ibovespa e o desempenho dos setores também deve ser levado em conta. A B3 tem seu volume caindo 27% no ano, enquanto empresas de commodities, como a Vale (VALE3), registram um desempenho negativo.

    A gestão passiva representa fluxo cada vez maior, com investidores colocando dinheiro em ETFs que replicam índices como o MSCI Emerging Markets. O ETF da iShares, o principal que replica o índice, tem uma capitalização de mais de US$ 19 bilhões. A chamada "gestão passiva" vem ganhando força frente à gestão ativa por conta das performances parecidas e pelo fato de os primeiros terem, usualmente, menores taxas.

    A chamada "gestão passiva", com investidores colocando dinheiro nesses papéis, vem ganhando força frente à gestão ativa (que conta com gestores escolhendo ações, por exemplo) por conta das performances parecidas e pelo fato de os primeiros terem, usualmente, menores taxas. "Como existem vários fundos que acabam seguindo esse índice, o MSCI EM, é possível que a Bolsa brasileira acabe entrando numa espiral negativa. Uma participação menor aqui do Brasil vai fazer os fundos que seguem o investimento de mercados emergentes acabarem alocando menos em Brasil, o que pode impactar o próximo rebalanceamento e por ai vai", diz Fernando Bento.

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