O
clima muda diante dos nossos olhos. Esquentamos o planeta. E esse é também um problema de todo brasileiro. Durante as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, uma organização da sociedade civil se fez uma pergunta: "Como é que o Estado sabe o que deve ou não deve fazer? Onde entra a cooperação da sociedade civil?", pergunta Denisa Dora, conselheira Themis - gênero, justiça e direitos humanos. Ali nasceu a ideia de levar adiante a sugestão de que o Brasil crie regras mais claras para enfrentar eventos climáticos extremos, com gestão de riscos e prevenção de desastres. "Ninguém põe uma casa de pé sem ter fundações, sem ter um plano arquitetônico, sem saber onde são as tomadas, como vão passar os canos. O que a gente está propondo é uma arquitetura para lidar com a emergência climática. Essa política tem que ter seus institutos, suas regras, e, quando qualquer coisa aconteça, o governo - municipal, estadual ou federal - saiba o que deve fazer”, diz Denisa Dora. O Plano Clima do governo federal está sendo preparado para guiar a política climática pela próxima década e conta com participação popular. Até o dia 13 de novembro, qualquer pessoa pode ajudar a criar o novo plano no site "Brasil Participativo". A ONG Mercy for Animals propõe que os brasileiros aumentem o consumo de alimentos de origem vegetal. Só em uma primeira etapa, o governo federal já recebeu quase 1,3 mil sugestões. Cento e oitenta delas podem entrar no Plano Clima. O governo afirma que vai escolher as propostas com base na ciência e na capacidade de execução. "Precisamos repensar a forma como produzimos energia, como consumimos, como tratamos o lixo decorrente desse consumo, como nossa agropecuária, nossa indústria e nossa produção de alimentos geram mudanças que garantam que o aquecimento global não avance. Então, é um plano intersetorial, que envolve o conjunto da nação e não apenas um compromisso de um governo”, diz Renato Simões, secretário Nacional de Participação Social.
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