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situação atual na região de Roraima, no Brasil, está sendo afetada por uma infestação de lagartas que está causando a morte de rebanhos de gado devido à falta de comida e água. A principal espécie afetada é a lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda) e o curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes). A falta de predadores naturais devido ao desequilíbrio ambiental causado pelo El Niño intenso nos primeiros meses do ano, aumentou a população das lagartas, que são agentes de danos significativos nas pastagens e plantações.

    O levantamento do prejuízo do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater) estimou que pelo menos 54 mil hectares de pasto foram devastados, o equivalente a 75 mil campos de futebol. O prejuízo atual é de R$ 63 milhões, entre a perda de gado e capim morto em 840 propriedades de Roraima. Equipes ainda estão em campo e o dano pode ser maior.

    A situação é particularmente grave na região da Vila Samaúma e na Apiaú, no município de Mucajaí, no sul de Roraima. Os produtores tiveram que buscar pasto em outras regiões para fugir da fome. O gado foi caindo e morrendo de fome. A falta de comida impacta o gado, que consegue sobreviver sem comida por até 20 dias, dependendo do estado nutricional. Sem água, sobrevive até 4 dias, no máximo. As alternativas para enfrentar o problema incluem substituir a pastagem morta por alimentos conservados, como silagem ou feno. O feno pode ser caro para pequenos produtores, por isso, é necessário pesquisar a alternativa que melhor sirva para substituir a pastagem.

    O desequilíbrio ambiental causado pelo El Niño intenso nos primeiros meses do ano enfrenta a pecuária e a agricultura em Roraima. No entanto, ainda é prematuro associar o desequilíbrio ambiental das lagartas e mortes dos bois com a supressão de vegetação. As pesquisas mostram uma relação com as queimadas que ocorreram no período seco e com o El Niño intenso enfrentado em Roraima no início do ano.

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