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Rios secos e ribeirinhos revelam fósseis de gigantes que viveram na Amazônia

Creditos: G1 Ciência

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descoberta de um fóssil de Purussaurus, o maior jacaré que pisou na Terra e viveu na Amazônia há mais de 10 milhões de anos, foi feita por Gerimar do Nascimento, que encontrou a relíquia a poucos metros da sua casa, na margem do rio Purus, no sul do Amazonas. A descoberta foi feita durante uma trajetória regular que Geri fazia para Boca do Acre, a cidade mais próxima. A descoberta do fóssil foi feita por Gerimar do Nascimento, que guardou a relíquia e a mostrou ao professor Carlos D'Apólito, do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza da Universidade Federal do Acre (UFAC). O fóssil é uma das três vértebras articuladas do Purussaurus, que pode ajudar a ciência a entender melhor a anatomia da espécie e onde ela estaria na coluna vertebral. A descoberta do fóssil do Purussaurus foi um dos raros casos em que a identidade da pessoa que localizou o fóssil é conhecida e documentada.

    Outras partes do jacaré gigante estão por ali: vértebras isoladas, crânio, dentes. A espécie, chamada de Purussaurus brasiliensis, foi batizada pelo botânico João Barbosa Rodrigues em 1892. Ele fez a descrição a partir de um pedaço de mandíbula encontrado nas barrancas, mas até hoje não se sabe bem em que circunstâncias o fóssil foi encontrado e sua localidade exata.

    O Brasil enfrenta atualmente a maior seca da história, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden). Outras partes do jacaré gigante estão por ali: vértebras isoladas, crânio, dentes. A expedição liderada por D'Apólito encontra o crânio de uma tartaruga com duas órbitas oculares, narina e mandíbula associada - uma espécie ainda desconhecida da ciência.

    O veterano Alceu Ranzi também se impressiona com o crânio inédito encontrado. Aposentado após atuar mais de trinta anos na UFAC, ele acompanha o grupo que reúne várias gerações de paleontólogos dedicados a decifrar as espécies extintas e soterradas debaixo da Floresta Amazônica.

    O local onde Ranzi caminha é um afloramento de uma deposição do Mioceno, período geológico que a Terra viveu entre 23 milhões e 5 milhões de anos atrás. O planeta estava mais quente e esta região amazônica era um grande pantanal, com lagos imensos que abrigavam Purussaurus e outros gigantes. Com fragmentos fósseis na mão, Ranzi imagina o cenário em que essas animais conviviam - ou competiam.

    A tíbia bem conservada da Eremotherium laurillardi impressiona e intriga os moradores da cidade que assistem à cena da entrega às margens do Purus. D'Apólito explica à plateia curiosa que aquela preguiça gigante andou por ali e chegou a conviver com seres humanos. A reação em coro é: "Uau". Desta vez, o pesquisador não consegue visitar os coletores desses fragmentos devido à distância, mas responde à curiosidade dos ribeirinhos. "É uma preguiça que estava aqui por volta de 20, 15, 10 mil anos atrás. E eles eram grandes, muito grandes. Muito obrigado pelos fósseis, pela coleta, nós recebemos o material", diz a mensagem de voz enviada ao casal ribeirinho.

    Passado esclarecido para entender o futuro Foramdo fósseis como essa que iniciaram a coleta da UFAC. Muitas das partes desse fósseis foram doadas a coletas doadas da UFAC, que guardou as partes desseis na coleta da UFAC.

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