economia

Ruídos não são saudáveis em ano de troca na liderança do BC, diz codiretor da Fitch

Creditos: InfoMoney

O
codiretor de rating para Américas da Fitch Ratings, Todd Martinez, destacou que a gestão econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda é pragmatista e que a reforma tributária foi um marco importante para melhorar a atividade do país. Ele também mencionou que o governo não interfere na política monetária, mas o presidente Lula criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, gera ruídos que não são saudáveis no ano em que ocorrerá a troca de liderança do BC. Martinez ressaltou que apesar dos ruídos, o Poder Executivo apresenta pragmatismo para conduzir o país. A decisão da Fitch de manter o rating do país em BB com perspectiva estável indica pragmatismo na política econômica, mas alguma piora na área fiscal. Ele mencionou que em 2023, as contas públicas apresentaram sinais de eficiência na administração de gastos e receitas. A gestão fiscal é o ponto fraco da economia do Brasil e muitas despesas são obrigatórias. A dívida bruta alta e ascendente não permite que o Brasil atinja o investment grade e o país precisa melhorar a gestão das contas públicas. A Fitch prevê que o déficit primário como proporção do PIB atingirá 0,7% neste ano e 0,5% em 2025. Para que a dívida bruta se estabilize, o superávit do Orçamento precisaria atingir pelo menos 2% do PIB, enquanto que para o governo brasileiro é necessário apenas 1% do PIB. A dívida bruta deve ficar próxima a 80% do PIB em 2025 e superará esta marca em 2026. Martinez destacou que o fato do Brasil não atingir as metas fiscais nos próximos dois anos “não será necessariamente ruim”, pois o arcabouço das contas públicas ao menos evita piora expressiva das contas públicas no longo prazo. Reformas estruturais como a trabalhista, a tributária e a independência do Banco Central podem ter elevado o potencial de crescimento do País. Se o PIB crescer 3,0% ou 4,0% poderá ser fator positivo para upgrade do rating do Brasil. A Fitch estima que o produto interno bruto subirá 1,7% neste ano.

Ver notícia completa...