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polícia está investigando Ligiane por peculado. Sua defesa pediu para que seu depoimento fosse feito por videoconferência, pois ela está viajando para o exterior sem previsão de retorno até o momento. A suspeita deixou o Brasil em 19 de fevereiro deste ano e viajou para Orly, na França, a partir de Campinas. A investigação sobre os desvios na Unicamp está sendo realizada no 7º Distrito Policial de Campinas. A Polícia Civil informou que o delegado responsável pelo caso já ouviu três suspeitos e está realizando diligências na cidade. A Unicamp afirmou que os fatos estão sendo apurados em uma sindicância administrativa e que adotará todas as providências cabíveis após sua conclusão.
A Unicamp detectou cerca de 220 transferências bancárias suspeitas feitas pela servidora, que era responsável por cuidar da parte de pagamento dos recursos obtidos com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) pelos pesquisadores do Instituto de Biologia (IB). Em maio deste ano, o advogado Rafael de Azevedo informou ao g1 que soube do inquérito no dia 27 de maio e que sua cliente não foi notificada para apresentar sua versão.
As transferências foram feitas principalmente para a conta da própria servidora, totalizando R$ 1,2 milhão. Outros R$ 700 mil foram transferidos para duas empresas e duas pessoas físicas também alvos da investigação da Polícia Civil. As notas fiscais apresentavam várias justificativas, como compra, transporte e manutenção de equipamentos e desenvolvimento de softwares e sites.
Pelo menos 27 professores do Instituto de Biologia relataram ter detectado movimentações suspeitas em verbas de pesquisa. No caso de apenas um docente, o desvio chegou a R$ 245 mil. Os professores afirmaram em petição à polícia que a investigada utilizou uma empresa aberta por ela para emissão de notas fiscais fraudulentas, descrevendo serviços nunca prestados, na intenção de simular irregularidade na apropriação dos valores.
A apuração sobre desvio de verbas iniciou na Unicamp em dezembro de 2023. Recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) destinados a 27 pesquisadores que atuam no instituto podem ter sido afetados. A funcionária foi demitida durante a apuração da universidade pelos seguintes motivos:
Segundo a diretoria do instituto, Ligiane possuía uma empresa de prestação de serviços desde 2018 e, por isso, foi demitida por justa causa em 18 de janeiro deste ano; A funcionária incluía notas fiscais da própria empresa e de duas outras, além de recibos forjados, nas prestações de contas dos docentes; Além disso, a funcionária fazia transferência de valores para a própria conta.
A Fapesp declarou que, caso eventuais irregularidades nas prestações de contas sejam verificadas, cobrará dos pesquisadores a devolução dos recursos. A fundação afirmou que vai acompanhar as providências legais que estão sendo tomadas.
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