geral

Taxação de bilionários deve angariar mais apoio, inclusive dos EUA, diz economista que leva proposta ao G20

Creditos: Terra

O
economista francês Gabriel Zucman afirmou que a proposta de tributação mínima sobre bilionários teria mais apoio conforme os esclarecimentos técnicos estão sendo compartilhados com os países do G20. Ele expressou otimismo quanto ao possível apoio dos Estados Unidos à iniciativa. A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou que o governo dos EUA acredita na taxação progressiva, mas não poderia aderir à ideia de um mecanismo global para tributar bilionários e distribuir as receitas. Zucman afirmou que a ideia está no programa de governo do presidente dos EUA, Joe Biden, e que representantes do país lhe disseram diretamente que a oposição de Yellen é direcionada a eventual acordo global para canalização dos recursos levantados. Ele afirmou que a discussão não está sendo discutida no G20 é a criação de um padrão comum para tributação mínima dos super-ricos. Zucman afirmou que um trabalho preliminar já mostra que uma taxa anual de 2% sobre a fortuna de bilionários, em dólares, mostra-se a melhor alternativa para assegurar que os ultrarricos paguem sua justa parte em impostos. O modelo atingiria cerca de 3.000 indivíduos, com potencial de levantar cerca de 250 bilhões de dólares anualmente. Ele afirmou que a medida reforçaria a democracia e pavimentaria o caminho para outros ajustes tributários pelos governos. Zucman também afirmou que a taxa sobre heranças é meritocrática, mas que apenas trabalhar nesse front não é suficiente, já que essa taxação "chega tarde demais, uma vez na vida". Ele afirmou que o apoio direto à proposta já foi expressado por França, Espanha, Colômbia, União Africana e Bélgica, bem como a África do Sul, que assumirá a presidência rotativa do G20 no ano vem. Ele espera um apoio contínuo à proposta que, o economista admitiu, ainda deverá levar anos para se tornar realidade, mas que é viável dentro do que chamou de "novo padrão internacional para uma globalização mais justa". Ele afirmou que a ideia foi apresentada pelo Brasil há apenas três meses no G20 e espera uma demonstração concreta de apoio vinda do grupo após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter dito que buscará esse objetivo para julho. Ele afirmou que a esperança é que vários países tenham uma declaração sobre tributação e que caberá aos países definir o melhor caminho. Ele defendeu que o sistema adotado seja similar ao acordo feito entre países para a taxa mínima global sobre o lucro de empresas multinacionais, na qual governos poderão sobretaxar empresas de países não participantes. Ele acredita que não seria necessário imaginar um número mínimo de países aderindo ao modelo para que ele funcione. Ele afirmou que o Brasil está liderando o debate sobre a taxação de super-ricos e que uma discussão global sobre o tema pode impulsionar a aprovação de medidas internamente.

Ver notícia completa...