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As promessas não cumpridas para os Jogos Olímpicos de Paris-2024

Creditos: IG Esportes

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ertrand Guay capturou a imagem do Rio Sena, na ponte Alexandre III, durante a prova de triatlo no teste para os Jogos de Paris em 17 de agosto de 2023. A candidatura de Paris para sediar os Jogos Olímpicos foi apresentada e confirmada em 2017. No entanto, o projeto sofreu várias alterações por parte dos organizadores e administrações públicas. Aqui estão as principais promessas não cumpridas por Paris-2024 ao longo de sete anos:

    1. Jogos populares: O preço dos ingressos não corresponde aos Jogos populares inicialmente prometidos, apesar dos organizadores afirmarem que os valores são similares aos das Olimpíadas de Londres-2012. A cerimônia de abertura no rio Sena sofreu várias modificações importantes, incluindo o número de espectadores que poderão vê-la ao vivo. Inicialmente, a Prefeitura de Paris pretendia realizar um evento com a presença de 600.000 pessoas (meio milhão de ingressos gratuitos), mas à medida que a data se aproxima e por questões de segurança, o número foi reduzido para 222.000, incluindo 100.000 entradas pagas.

    2. Dinheiro público: A ideia de que o dinheiro público financiaria os Jogos não será cumprida. Embora o slogan "Os Jogos financiam os Jogos" tenha sido usado pelo governo francês durante meses, não será cumprido. As diferentes administrações públicas já investiram mais de 2,4 bilhões de euros (quase R$ 14 bilhões na cotação atual) em infraestruturas, obras urbanas e no laboratório antidoping, por exemplo. Ainda não se sabe o total desta quantia, que inclui os custos relacionados à segurança e aos bônus pagos aos funcionários, incluindo policiais. O presidente Emmanuel Macron reiterou que não haverá imposto para os Jogos, apesar de muitas despesas com o evento vir dos cofres públicos. O presidente do Tribunal de Contas, Pierre Moscovici, indicou recentemente que o investimento público final ficará entre "3 e 5 bilhões de euros" (R$ 17,1 bilhões e 28,6 bilhões). A resposta virá após o evento.

    3. Do metrô grátis à tarifa de 4 euros: A promessa de que "todos que possuírem ingressos poderão viajar gratuitamente em todos os transportes públicos da região parisiense no dia desta competição" não será cumprida. Esta ideia foi descartada para buscar receitas adicionais na sequência de uma revisão orçamentária em dezembro de 2022. Meses depois, o operador de transportes públicos da região parisiense anunciou preços especiais durante os Jogos: 4 euros (quase R$ 23) por uma passagem de metrô, um aumento de quase 100% face aos valores atuais que se tentou justificar com o fato de o tráfego de transportes públicos aumentará 15% durante o evento.

    4. Piscina olímpica sem provas: A única instalação esportiva construída exclusivamente para o evento, o Centro Aquático Olímpico, localizado em Saint-Denis, próximo ao Stade de France, não será utilizada para as provas de natação, uma vez que a capacidade foi reduzida para 5.000 espectadores, um terço do que a federação internacional (World Aquatics) exige para realizar uma competição internacional desta modalidade. Apenas as provas de polo aquático, nado artístico e saltos ornamentais serão realizadas neste local, enquanto as estrelas da piscina terão que competir do outro lado da capital, na Arena La Défense.

    5. Impacto ambiental: Inicialmente, o impacto ambiental anunciado seria "positivo", com a ideia de compensar as emissões de CO2, mas o projeto foi posteriormente descartado. Vários especialistas já haviam criticado a ideia inicial, por transmitir uma imagem enganosa de que o evento não afetaria o meio ambiente. Agora, a organização pretende reduzir para a metade estas emissões, que são calculadas da seguinte forma: um terço está relacionado aos transportes, outro terço à construção de infraestruturas e o restante, com atividades diretamente ligadas aos Jogos (alojamento, segurança, obras, etc).

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