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Como agia a empresária mineira suspeita de desviar R$ 35 milhões usando cartões de benefícios

Creditos: G1

S
amira Bacha é suspeita de desviar R$ 35 milhões das empresas em que era sócia, especializadas em crédito financeiro e cartões. Os golpes teriam começado em 2020 e seguem um método. Segundo as investigações, Samira fraudava cartões de benefícios como vale-refeição, por exemplo, cada cartão com cerca de R$ 600. A polícia diz que Samira emitia cartões que estavam aumentados esse valor e embolsava a diferença. Só em um cartão no nome dela, o valor falso teria chegado a R$ 500 mil. Para sacar o dinheiro, Samira recorria a agiotas.

    O delegado Alex Machado afirma que Samira gastava o dinheiro em espécie em viagens internacionais para comprar joias e outros itens de luxo. Na volta ao Brasil, repassava as mercadorias por preços abaixo do mercado. No balanço da operação policial, que apreendeu dinheiro e automóveis caros, o que chamou mais atenção foram os artigos de luxo: bolsas avaliadas em R$ 200 mil reais e muitas joias. De acordo com a investigação, os itens luxuosos na casa de Samira, avaliados em R$ 15 milhões, teriam sido adquiridos com dinheiro sujo. A polícia afirma que os itens luxuosos na casa de Samira também eram usados na lavagem desse dinheiro.

    Os investigadores descobriram que Samira Bacha se associou à dona de uma joalheria para revender os produtos que comprava com o dinheiro desviado. O estabelecimento funciona em um edifício que concentra lojas de alto padrão. A polícia também cumpriu mandados de busca e apressão nesse local. Os investigadores dizem que uma peça de R$ 200 mil trazida do exterior por Samira poderia ser revendida para a joalheria por R$ 80 mil. Como Samira fazia as compras com o dinheiro do golpe, os R$ 80 mil eram puro lucro pra ela. Segundo a polícia, o lucro da joalheria vinha da revenda das peças pelo valor de mercado.

    Os valores gastos por Samira tinham que ser pagos pelas empresas das quais ela era sócia. Mas Samira maquiava as planilhas para que a dívida não aparecesse. \"Ela já vinha desde o início maquiando. Maquiando as planilhas, os saldos. Na hora que os sócios perguntaram pra ela: 'Como está a empresa?', 'A empresa está ótima, a empresa está crescendo, ganhando dinheiro'. E com isso mantendo eles distantes do assunto. A ela dava ordem para os funcionários que nada deveria ser passado para os outros sócios. Apenas pra ela, para que ela passasse pra eles; ela tinha o poder de manipular tudo isso\", afirma o delegado.

    Para não deixar rastros, Samira, segundo a polícia, também apagou do sistema os cartões que ela usava na fraude. O problema é que as dívidas eram reais e cresciam, acabando por causar um rombo financeiro na empresa. Thiago de Faria, advogado dos ex-sócios de Samira, diz que a descoberta quebrou uma longa relação de confiança. \"A descoberta ocorreu, está dentro do inquérito policial de maneira bastante farta demonstrando que planilhas foram maquiadas, dinheiros foram desviados pra conta, enfim. (...) A gente pode dizer o seguinte: de fato há uma robusteza de evidências de que houve sim ilícitos penais que estão sendo apurados pela polícia civil, e a reação dos sócios foi de perplexidade. Porque havia uma relação de grande confiança nela\", afirma o advogado.

    Por ser mãe de duas crianças, Samira Monti Bacha Rodrigues cumpre prisão temporária em casa. Em nota, a defesa de Samira disse que, \"em razão do segredo de justiça e de as investigações estarem ainda no início, os advogados e a própria Samira Bacha não se manifestarão pela imprensa. E que ela e seus familiares sempre estiveram à disposição da justiça para esclarecimentos, e assim permanecem\".

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