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Como o Plano Real impulsionou o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro

Creditos: InfoMoney

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Plano Real, que completou 30 anos de existência, foi um plano econômico implementado no Brasil para combater a hiperinflação. Antes disso, a inflação chegou a 2.500% ao ano, o que tornava difícil para as pessoas e empresas manterem seus balanços e operações complexas. Com a introdução do Plano Real, as empresas tiveram mais proteção contra oscilações de preços e puderam se concentrar em planejamento e desenvolvimento do mercado financeiro brasileiro e das companhias.

    O analista CNPI e professor de finanças da B3, André Massaro, explica que antes de 1994, quase todas as empresas brasileiras operavam como "bancos", mantendo seus lucros entre o período da entrada do produto no estoque e o pagamento aos fornecedores. Outras empresas assumiam prejuízos operacionais ao vender produtos para colocar o dinheiro no overnight, que chegava a 3% ao dia. Quase ninguém dormia com caixa, pois o dinheiro era rapidamente reinvestido ou na produção ou em ferramentas disponibilizadas pelos bancos.

    O principal problema gerado pela hiperinflação era a imprevisibilidade, que dificultava a planejamento de investimentos e desenvolvimento de novos serviços ou produtos. A introdução do Plano Real e o avanço tecnológico permitiram que as empresas pudessem se concentrar mais em planejamento e previsibilidade de preços.

    O professor de finanças da FGV, Rafael Schiozer, lembra que o mercado de juros futuros com prazos mais longos praticamente não existia antes do Plano Real. Com a previsibilidade trazida pelo Plano Real, o mercado de juros futuros cresceu muito no Brasil, permitindo que as empresas pudessem fazer contas e traçar projeções.

    A introdução do Plano Real também trouxe "regras" para o mercado, permitindo que os setores produtivos e o mercado se organizassem. As empresas puderam fazer contas e traçar projeções, e os investidores puderam avaliar se um investimento fazia ou não sentido com base nas suas próprias mensurações.

    A previsibilidade também permitiu que o mercado de juros futuro passasse a avançar no Brasil. As empresas tinham dificuldade em ir ao mercado pedir empréstimos para investir em expansões orgânicas ou inorgânicas. A câmbio também foi impactado pelo mercado de juros, uma vez que os instrumentos de longo prazo em um mercado de capitais dependem da possibilidade de vislumbrar, ao menos minimamente, o que vai acontecer em um horizão mais distante.

    Apesar das crises após o surgimento do Real, a previsibilidade se manteve em níveis que permitiam as empresas se prepararem para o futuro. As tesourarias passaram a ter um olhar maior para o risco cambial, e o mercado de derivativos se desenvolveu mais fortemente.

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