A
direita radical ampliou o espaço na Europa com bom desempenho nas eleições para o parlamento europeu, levando o mundo a temer até que ponto irá ameaçar as democracias e contribuir para o retorno de regimes totalitários. O sobrinho de Napoleão Bonaparte, Carlos Luís, deu um golpe de estado na França em 1851, e Karl Marx observou que todos os fatos e personagens de grande importância na história mundial ocorrem duas vezes, a primeira como tragédia e a segunda como farsa. Ironicamente, no centenário do manifesto nazista "Minha Luta", a ultradireita teve um avanço consolidado na União Europeia. A ascensão dos extremistas de direita na Europa prova que o projeto supranacional europeu não agrada mais uma parte da população do Velho Continente. Eles defendem o nacionalismo e o combate ao islamismo e à imigração. Na Europa, o ambiente hostil formado por inflação, recessão, desemprego, crise de segurança, envelhecimento da população e problemas previdenciários fez as soluções prometidas pelos radicais se tornarem mais iluminadas aos olhos de parte da população. Temas como proteção ambiental e acordos comerciais deixaram de ter prioridade diante da realidade cruel no ambiente europeu atual, que não traz efeitos positivos rápidos como as promessas nacionalistas e protecionistas. A Europa sempre oscilou entre integração com multilateralismo e protecionismo com nacionalismo. O último segundo binômio levou vantagem nestas eleições para o parlamento europeu e o mesmo pode ocorrer proximamente na França. Para o Brasil, isso significa prejuízo, principalmente nas exportações agropecuárias, já que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, fechado em 2022 após 20 anos de negociações, está em risco.
Ver notícia completa...
![](https://static.noticiashoje.com.br/2024/6/28/6871893/492v4ois7xdngra4s8noqn8ns.jpg)