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alácio do governo protegido por tropa de choque após tentativa de golpe de Estado na quarta-feira (26). América do Sul é um território propenso a golpes de Estado. O exercício do poder político deve ser feito por representantes populares escolhidos pelo voto direto e popular. No entanto, o poder pode ser retirado por golpes de estado ou revoluções. Todos os países sul-americanos já passaram por golpes de estado, especialmente a Bolívia que acumula 194 golpes de estado desde a sua independência. Com a ascensão de Evo Morales à presidência da República em 2006, os bolivianos viviam tempos de relativo equilíbrio social e político. No entanto, uma breve crise política e econômica ocorreu em 2019 com a renúncia de Morales. Em junho de 2024, houve uma tentativa de golpe militar liderada pelo ex-comandante do Exército boliviano, General Juan José Zúñiga, que foi demitido após ameaçar Morales. A tentativa de golpe mostra uma ação isolada e mal planejada de Zúñiga, mas há um pano de fundo de crise política e econômica na Bolívia. A Bolívia passou por uma forte reestruturação com o uso de suas reservas naturais para expandir sua infra-estrutura e aprovar uma nova constituição em 2009. No entanto, o ambiente aparentemente favorável parece se corroer nos últimos tempos sob o governo de Luis Arce, especialmente pelo peso existente sobre o Estado e a sociedade dos custos dos muitos programas e políticas sociais ali vigentes. Há dificuldade para a Bolívia adquirir muitos itens, até de consumo, exibindo reservas baixas em dinheiro, o que dificulta negócios com outros países. Há uma forte polarização entre Santa Cruz e La Paz, o maior centro produtivo e a capital do país, respectivamente. Zúñiga calculou muito mal seus passos no âmbito político e a tentativa de golpe imaginando que teria apoios ainda não "costurados" e o que se viu foi um total e completo rechaçamento de sua iniciativa, tanto fora da Bolívia quanto, principalmente, internamente.

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