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Os brasileiros que ganham R$ 500 por mês para treinar inteligências artificiais

Creditos: G1 - Tecnologia

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o longo dos anos, a tecnologia tem evoluído e mudado o modo como nós trabalhamos e interagimos com o mundo. Um dos exemplos mais recentes disso é o surgimento de "operários de dados", um termo que se refere aos trabalhadores que realizam tarefas manualmente intensivas e rotineiras para treinar e melhorar sistemas de inteligência artificial (IA). Esses trabalhadores são essenciais para que os sistemas de IA sejam operacionais, mas são geralmente mal remunerados e têm condições de trabalho precárias.

    A socióloga Paola Tubaro, especializada em ciência da computação e professora na França, destaca que muitos desses trabalhadores são "fantasmas" no mundo da IA, pois trabalham em condições de anonimidade e sem reconhecimento. Eles inserem dados para treinar e moderar sistemas e atividades de IA, e são contratados por empresas de tecnologia e desenvolvedores de IA para realizar essas tarefas.

    O termo "operário de dados" é relativamente novo e surgiu ao longo das décadas como a IA se tornou cada vez mais prevalente na vida cotidiana. Esses trabalhadores são responsáveis por alimentar e moderar sistemas de IA, e são frequentemente contratados por empresas de tecnologia e desenvolvedores de IA para realizar essas tarefas.

    Apesar da crescente demanda por operários de dados, muitos deles são mal remunerados e têm condições de trabalho precárias. Segundo a pesquisa "Microtrabalho no Brasil", realizada por Paola Tubaro e outros pesquisadores, 66% dessa força de trabalho só ganha o suficiente para pagar as contas mais básicas. A grande concorrência entre esses trabalhadores é um fator que contribui para os salários baixos, e como são remunerados de acordo com isso, ganham valores reduzidos por cada hora trabalhada.

    Apesar da falta de regulamentação da profissão, existem iniciativas que buscam regularizar essa situação. A Fairwork, um projeto global que visa garantir direitos trabalhistas para trabalhadores de dados, atuou em 38 países de cinco continentes, incluindo o Brasil. A organização tem convencido 64 empresas de tecnologia a implementar um total de 300 mudanças em políticas internas, como salários mínimos para a categoria.

    Apesar o Brasil, a Fairwork destaca que está "envolvida com o grupo de trabalho tripartido do governo (brasileiro) que procura elaborar um projeto de lei para protegeros direitos trabalhistas". Apesar o Fairwork destaca que essas iniciativas podem ser um bom exemplo de regulamentação global para os trabalhadores de dados.

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