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Pessoas LGBTQIA+ têm luta constante por espaço no mercado de trabalho em Araraquara: 'não chego na entrevista', diz trans

Creditos: G1

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umi Souza Santana, uma mulher trans de 31 anos, está desempregada há mais de três anos e reflete a realidade da população transexual na procura por uma vaga de emprego na região. Ela tem um currículo atualizado e está sempre em busca de oportunidades, mas percebe dificuldade na triagem de vagas de emprego, mesmo que a vaga não precise de experiência. Ela já foi cortada na etapa da entrevista por várias vezes. De acordo com o mapeamento da Assessoria Especial de Políticas LGBTQIA+ (AEPLGBT), feito entre 2022 e 2024, 71% da população LGBTQIA+ de Araraquara está desempregada. A situação é ainda mais agraviada para travestis e transexuais, com 90% desempregados.

    O mutirão da empregabilidade realizado no Centro de Referência e Resistência LGBTQIA+ Nivaldo Aparecido Felipe de Miciano (Xuxa) de Araraquara teve como objetivo atualizar o currículo dessas pessoas e cadastrá-las em uma plataforma online para que empresas parceiras tenham acesso. O evento também fez parte da semana do Dia Internacional do Orgulho LGBT, celebrada na sexta-feira (28).

    O assessor de políticas públicas LGBTQIA+, Lucas Henrique Dias, de 23 anos, afirmou que o mutirão da empregabilidade acessará até 30 empresas parceiras da diversidade. O evento recente em conjunto com a Coordenadoria de Direitos Humanos de Araraquara orientou o RH de empresas e comércios sobre como trabalhar com contratados LGBTQIA+.

    Yumi Santana, uma mulher trans de 31 anos, passou por uma situação de transfobia em uma entrevista de emprego. Ela explica que é uma mulher trans e que o pronome feminino deve ser respeitado.

    Gabriel Wilian Cerniato, um jovem de 20 anos, já notou a dificuldade em ser contratado. Sem laços familiares, ele está abrigado há um mês na Casa de Acolhimento LGBTQIA+ Ricardo Côrrea Silvado. Para ele, um emprego significaria o início de sua vida adulta e independência.

    O Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece atos de homofobia e transfobia como crime de injúria racial desde agosto de 2023. A ação foi analisada pelo Supremo por meio do plenário virtual. A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) argumenta que a equiparação é necessária para assegurar proteção à pessoa LGBTQIA+, além do coletivo.

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