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m 2 de dezembro de 2023, Géssica foi perseguida por policiais militares até a BR-317, onde foi baleada e morreu. O caso envolveu a morte da enfermeira Géssica Furão, que foi perseguida e baleada por policiais militares em dezembro de 2023. O juiz Romário Divino Faria, da Vara Criminal da Comarca de Sena Madureira, recebeu parecer encaminhado pelo Ministério Público do Acre, pedindo que os PMs respondam por homicídio duplamente qualificado e fraude processual. Os denunciados são policiais militares e a decisão ressalta que esses são a imensa maioria da Polícia Militar do Acre e honram a farda que vestem.
A defesa dos policiais acerca da decisão não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O advogado da família da vítima, Walisson Reis, destacou que desde o início da investigação pedia a prisão preventiva dos dois agentes. Ele afirmou que é preciso investigar e punir os PMs que atuam com selvageria para valorizar a atitude daqueles que trabalham de forma integrada e respeitam a população.
A denúncia do MP Acre também pediu a prisão cautelar dos agentes, a perda do cargo público e o pagamento de indenização de R$100 mil à família da vítima. As investigações apontaram que a arma encontrada no local não tinha o DNA de Géssica e foi implantada próximo ao carro da enfermeira pelo sargento Cleonizio Vilas Boas. Por conta disso, o MP-AC também denunciou o PM por porte ilegal de arma.
O advogado da família da vítima, Walisson dos Reis Pereira, pontuou que os policiais militares usaram o aparato do Estado para matar pessoas. O advogado dos policiais, Wellington Silva, ressaltou que os agentes utilizaram todos os meios para que Géssica parasse o veículo que conduzia, mas ela desobedeceu à ordem e seguiu dirigindo em alta velocidade, colocando em risco a vida de outros condutores.
A defesa dos agentes se deparou com uma pessoa armada em um carro com vidros escuros e em alta velocidade. Silva ressalta que a morte de Géssica é lamentável, mas a ação letal foi necessária para evitar a perda de outras vidas na pista.
A pistola de origem ilícita encontrada próximo ao local do crime é de uso restrito e foi apreendida anteriormente pela polícia. Após ser apreendida, a arma foi encaminhada em 2017 para o Exército Brasileiro para que fosse destruída, porém 'de forma inexplicável estava sendo portada pelo denunciado'.
O laudo pericial mostra que o veículo foi atingido 13 vezes por tiros de fuzil. Segundo o processo, ao chegar no local do acidente, o policial Cleonizio Vilas Boas avisou aos policiais rodoviários federais que iria se aproximar da área isolada para procurar um telefone que havia perdido, 'momento em que implantou a arma de fogo'.
A perícia mostrou que a arma encontrada no local foi implantada e a vítima permaneceu com a porta e vidros fechados durante todo o trajeto, exceto no momento em que foi abordada no posto fiscal de Senador Guiomard. O policial Cleonizio Vilas Boas avisou ao perito que coletava as provas no local que ele estava procurando um telefone perdido e que a arma encontrada foi implantada no local.
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